O conceito de haute couture impactou para sempre o modo como a sociedade moderna via o uso e a produção das roupas. Foi esse nicho explorado há quase 200 anos que abriu os caminhos e estabeleceu os conceitos do que hoje entendemos não somente como alta-costura, mas também o ideal de moda no geral.
E você é convidada do blog da Agilità para explorar desde as origens da haute couture, passando pelo seu estabelecimento na França em meio a guerras e avanços tecnológicos até os refinados critérios que estabelecem o que é a alta-costura original.
Assim, entenderá o porquê dessa seleta categoria carregar até hoje os altos status de elegância e requinte que circundam o mundo da moda. Boa leitura!
Como surgiu a haute couture?
A haute couture — francês para alta-costura — foi iniciada pelo inglês Charles Frederick Worth, ainda na década de 1840. O costureiro britânico fez isso ao decidir investir esforços e recursos na criação de modelos mais elaborados do que os geralmente produzidos na época.
Outras ideais utilizadas por Worth que integraram a fundação do conceito de alta-costura e o formato de negócio foram a exibição de suas criações em modelos — sendo sua própria esposa, Marie, a primeira modelo de roupas — e a ideia de identificar as suas peças com etiquetas exclusivas que levassem seu nome.
Apesar de toda a disposição de tecidos de alta qualidade a qual a Inglaterra já possuía na época, Charles Frederick Worth via na França um maior potencial de crescimento para seu negócio. Assim, mudou-se para Paris e, em 1858, fundou a Casa Worth na cidade.
O estabelecimento da alta-costura
O crescimento não somente da Casa Worth, mas do mercado que se iniciava em torno desses conceitos, levou Charles Worth e sua família a fundar a Câmara Sindical da Costura, Fabricantes de Roupas e Alfaiates para Mulheres, primeira grande organização profissional em torno da profissão.
Um ex-assistente de Worth, Paul Poiret criou a própria marca — e, para alguns estudiosos, a primeira grife — ao entender a base que seu antigo professor tinha estabelecido para criar algo mais fancy, explorando mais os vestidos de designs requintados e a ideia de exclusividade em suas criações.
Entretanto, foi com a chegada da Segunda Guerra Mundial à capital francesa que a haute couture se estabeleceu de fato. Prova disso é que Adolf Hitler queria levar a sede da Câmara Sindical de Costura para Berlim.
O diretor da época, Lucien Lelong, criou regras que dificultariam a transferência do mercado para a Alemanha, estabelecendo a agora “alta-costura” como um marco de Paris frente ao resto do mundo.
Quais são os critérios da haute couture?
Os critérios estabelecidos para a proteção da haute couture garantiram não somente sua permanência em solo francês, como também o estabelecimento mais claro do alto nível do conceito. Antes, bastava senso estético e boa costura para entrar no meio, mas há mais de um século, os fatores que garantem o alto nível e a exclusividade desse ciclo ganharam espaço.
Dentre conceitos que foram se renovando com o tempo e com os aspectos clássicos, confira os principais critérios que definem a real alta-costura:
Preconização da classe, da tradição e da exclusividade
O costureiro é profissional que faz as roupas em atelier de alta-costura. . A diferença dos demais profissionais da moda é que eles não produzem roupas em escala, trabalhando manualmente em peças únicas e sob medida para cada cliente.
Clientes esses que também são exclusivos, com somente 2 mil compradores registrados no mundo e 200 nomes fidelizados entre estrelas do cinema, nobres, multimilionários e afins.
Outro aspecto clássico é que as maisons — “casas” em francês, que, aliás, é o nome pelo qual deve se chamar as etiquetas da haute couture — devem ter ao menos 15 funcionários e 20 técnicos à disposição do costureiro. Maisons com um staff menor que esse não podem ser considerados verdadeiros ateliers.
Seletividade na localização e na estrutura
O chamado Triangle d’Or, ou “triângulo de ouro”, em português, formado pela delimitação de três avenidas — Montaigne, Georges V e a famosa Champs-Élysées — é onde os ateliers devem se localizar, sendo obrigatoriamente proprietários de um prédio inteiro.
O estilo da construção em questão deve ser reconhecido pelas grandes escolas, girando geralmente em torno do clássico e do gótico. Há a padronização, também, no display da maison, que deve separar o primeiro andar para a loja da grife, com o segundo sendo exclusivamente para os clientes dos costureiros.
Catálogo de produtos do mais alto nível
É preciso que os ateliers tenham outras fontes de renda além da haute couture, considerando que, apesar de cada uma dessas roupas custar de U$ 10 mil a U$ 300 mil, a tiragem é relativamente baixa dado o trabalho extenso para a fabricação das peças e os poucos clientes existentes.
Dessa forma, estabeleceu-se que as maisons precisam, obrigatoriamente, produzir um perfume da etiqueta, que fará a linha de frente do aspecto financeiro. Além dele, é possível explorar linhas de cosméticos, acessórios, como cintos, bolsas e óculos e a própria grife — que baseiam suas coleções nas peças dos desfiles, festas de gala e tapetes vermelhos que costureiros e designers criaram.
Com o blog da Agilità, você conheceu todos os ricos detalhes de histórias e conceitos que estabelecem o luxuoso conceito da haute couture, a alta-costura francesa. Agora você tem acesso aos porquês de toda a classe e exclusividade que tornam o nível mais alto do universo da moda tão apaixonante.
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